No último dia 06, o Instituto Federal do Ceará Campus Avançado Pecém realizou cerimônia para entregada dos certificados da primeira turma do curso técnico de operador de termoelétrica da instituição. A formação, que é a primeira da área no Norte/Nordeste, foi idealizada pelo IFCE em parceria com a AECIPP e as empresas associadas EDP e Eneva, visando suprir as demandas atuais e futuras das termoelétricas. No total, dos 30 alunos inscritos, 25 concluíram o curso, desses, 11 já foram contratados pelas duas empresas.

A capacitação foi destinada a profissionais que já tinham formação técnica em outras áreas como eletrotécnica, mecânica, eletromecânica, automação, pois, segundo o diretor do IFCE Pecém, Marcel Ribeiro, a ideia é que a formação servisse como um curso pós-técnico, complementando os conhecimentos que o aluno já tinha. Totalmente gratuito, o curso teve início na primeira semana de agosto do ano passado e foi concluído no dia 19 de dezembro. Com uma carga horária de 400 horas, com aulas de segunda a sexta, das 13h30 às 17h45, a formação contou com aulas expositivas e práticas, palestras e visitas técnicas às termoelétricas do Complexo, EDP e Eneva.

De acordo com o diretor do IFCE Pecém, a ideia do curso surgiu como consequência de uma prospecção que o Instituto faz constantemente com as empresas. “Por meio do Fórum de Recursos Humanos da AECIPP, dialogamos com os responsáveis do setor das empresas associadas em busca de demandas por qualificação. Na época, a Eneva nos procurou para sugerir ofertarmos esse curso e fechamos a parceria com eles e com a EDP”, explica Marcel. Além da participação na idealização do curso, Marcel conta que a parceria com as empresas se deu ainda na concepção do projeto pedagógico, na escolha de disciplinas e conteúdos, bem como na participação de técnicos da EDP e da Eneva. “Tivemos 44 horas de palestras e visitas técnicas realizadas pelas duas empresas”, reforça

Ainda segundo Marcel, a oferta desse curso de operadores de termoelétrica é uma importante iniciativa para que as empresas do Complexo absorvam mais profissionais moradores de municípios da região nos seus quadros funcionais. “A profissão de operador de termoelétrica é muito demandada pelas empresas do CIPP, mas, como não tem cursos específicos na região, consequentemente, a maior parte dos profissionais da área que atuam no Pecém vem de fora, da Bahia e de Santa Catarina, estados que têm tradição no setor termoelétrico”, afirma.

Iniciativas como essa fazem parte dos compromissos e objetivos da AECIPP, pois, além de atender às necessidades das empresas associadas, impacta sobremaneira no desenvolvimento da região, uma vez que contribui para que os profissionais locais tenham mais chances de conseguir serem absorvidos pelas empresas instaladas no Complexo. “A AECIPP tem como uma das suas prioridades a formação, capacitação e qualificação de mão de obra, pois nosso modelo de governança é pautado em três pilares: pessoas, processos e produtos, os 3Ps. E essa aproximação que promovemos entre o IFCE Pecém e as empresas vai ao encontro desse modelo. Entendemos que o nosso papel enquanto Associação é esse, trazer para a mesma mesa indústria e academia e, em conjunto, elaborar projetos para atender as carências do CIPP”, reforça o presidente do Conselho de Administração da AECIPP, Ricardo Parente.

Quem também faz questão de reforçar a importância dessa aproximação entre as empresas e o IFCE é o diretor de operações da Eneva, Sérgio Campodarve. Para ele, a formatura desse primeiro grupo não seria possível se não fosse uma genuína disposição e atitude da alta administração do Instituto de desenvolver e disponibilizar esse curso. “Trata-se de uma demonstração clara de visão de mercado ao incentivar uma aproximação e parceria com a indústria local, além de demonstrar uma sensibilidade e compromisso com seus alunos, fazendo a ponte entre o universo acadêmico e a indústria”, comemora.

Sérgio enfatiza também a visão dos alunos que procuraram o curso de identificar nessa formação uma oportunidade de se diferenciar e trilhar uma trajetória profissional nesse segmento. “Qualificações como essa são muito valorizadas pelas empresas e contribuem para a contratação de profissionais que, mesmo sem experiência na área, após o curso, já têm conhecimentos suficientes para trabalhar nas termoelétricas. E é isso que a Eneva se dispõe a fazer nesse momento, buscando absorver parte dos formandos de forma recorrente no seu universo de renovação de quadro de mão de obra, profissionais jovens que certamente tem uma longevidade muito grande, pensando no tempo que ainda vamos gerar energia com nossos ativos aqui no Estado”, reforça.

Por fim, o diretor da Eneva exalta também a atuação da AECIPP nessa aproximação entre associadas e IFCE e no sucesso do curso. “Mais uma vez, a AECIPP teve um papel fundamental como integrador entre os vários interessados, ajudando de forma objetiva, como sempre tem feito. Ela tem sido uma parceira enorme de todos os associados para criar condições para disponibilização de mão de obra especializada para as empresas locais”, finaliza Sérgio.