Empresas instaladas no Ceará estão criando comitês de acompanhamento da pandemia e adotando medidas básicas, como suspendendo viagens não essenciais, eventos e monitorando suas equipes
As grandes companhias instaladas no Ceará e que têm negócios no eixo Rio-São Paulo ou exterior, estão formando comitês para acompanhar o desenvolvimento da epidemia de Covid-19 (coronavírus) no país e, assim, poder agir rapidamente para instruir e proteger seus funcionários e colaboradores e, assim, evitar contágio e a interrupção de suas atividades.
O presidente da Associação das Empresas do Complexo Industrial do Pecém (Aecipp), Ricardo Parente, diz que cada uma das 31 empresas no complexo, principalmente as indústrias, formaram seus comitês gestores da crise para preparar e implementar ações de prevenção. “Viagens, principalmente para o exterior, estão sendo evitadas e a videoconferência já é uma prática adotada pela maioria”.
Restrição
Parente revela que algumas empresas estão restringindo a entrada de pessoas em ambientes de alta relevância como, por exemplo, salas de controle de termelétricas. Ações educacionais dentro do aspecto de qualidade de vida e saúde do trabalhador também estão sendo adotadas.
A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) informou, por nota, que já montou um comitê especial dedicado ao tema e que já está em implantação um plano de contingência. Viagens nacionais e internacionais estão suspensas. A orientação é priorizar reuniões externas e internas por telefone ou online, evitando aglomerações de pessoas. Neste momento, não há qualquer impacto nas atividades da empresa.
Companhia Docas
Na Companhia Docas do Ceará, que administra o Porto do Mucuripe e Terminal de Passageiros, não há clima de expectativa ou ansiedade porque a empresa já vem adotando procedimentos visando a segurança de funcionários e visitantes.
A diretora-presidente da CDC, Mayhara Chaves, diz que as viagens dos seus executivos, para fora do estado, são pontuais e estão sendo mantidas. “A companhia mantém cartazes e avisos em suas instalações e realiza atualização das notícias oficiais sobre o Covid-19 por meio de clipping distribuído a todos os colaboradores”. (Rebecca Fontes)
Empresas seguem a prática das demais no mercado
O Grupo M. Dias Branco está seguindo o que o mercado vem praticando. É o que informa o vice-presidente comercial do grupo, Rômulo Dantas. “Já fazemos algumas reuniões por videoconferência, mas tivemos mantido algumas. A orientação é ter mais cuidado no contato com pessoas vindas do exterior, evitar apertos de mão e estamos evitando realizar eventos. Viagens só as estritamente necessárias, mas não temos tido cancelamentos por causa do coronavírus”, informa. A Associação Cearense de Supermercados (Acesu) também informa que os eventos ligados ao setor não foram cancelados. É o caso da 54ª Convenção ABRAS 2020, que acontece entre os dias 16 e 18 de março, no Riocentro, e a 36ª APAS Show 2020. Gerardo Vieira, presidente da Acesu, afirma: “Estamos preocupados, lógico, mas estamos participando de atividades”.
Eventos são adiados em decorrência da pandemia
Após o Ministério da Saúde recomendar que organizadores de eventos de massa adiem ou cancelem eventos se houver tempo hábil, alguns eventos passaram a ser adiados ou cancelados.
De acordo com o comunicado do Ministério, se for não possível, a orientação é que o evento ocorra sem público. Entre os eventos adiados estão a Intermodal South America 2020 (programado para os dias 17, 18 e 19 de março), o evento de logística, transporte de cargas e comércio exterior foi adiado para a segunda quinzena de julho deste ano. Já o Fórum Econômico Brasil & Países Árabes, programado para acontecer em São Paulo no dia 14 de abril, foi adiado. De acordo com os organizadores, o fórum será feito no segundo semestre do ano.
O Seminário sobre Oportunidades no Setor de Energia Nuclear, que seria realizado no dia 17 de março na Fiesp, foi cancelado. O Feicon Batimat 2020, feira internacional da indústria da construção foi adiada de março para os dias 15, 16, 17 e 18 de setembro de 2020.
Fonte: O Otimista