Obras da CSP atingem 98,6% de conclusão

A Siderúrgica já recebeu 164 mil toneladas de carvão mineral, volume que deve atingir 325 mil toneladas até o próximo mês
Falta pouco para que o Ceará ingresse de vez no mapa da siderurgia mundial, com o início das operações da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), previsto para o segundo trimestre deste ano. Atualmente, as obras da usina estão com 98,6% de implantação. O complexo siderúrgico inclui a aciaria, com 98,88% de execução, coqueria (98,67%), alto-forno (98,49%), sinterização (98,45%) e lingotamento contínuo (97,55%). A concretagem chegou a 99,36% de conclusão e a implantação da estrutura necessária em aço está 99,90% concluída.
Testes
O empreendimento, que está em fase de testes, já recebeu mais de 164 mil toneladas de carvão mineral, volume que deve atingir 325 mil toneladas até o próximo mês, de acordo com a assessoria de imprensa do empreendimento. Esse combustível, que é importado, é transformado em coque, na coqueria, para atuar na redução do minério de ferro, no alto-forno. Também são colocados no alto-forno os fundentes (como o cal), utilizados para fundir e retirar as impurezas do minério. De acordo com a CSP, "as atividades de comissionamento (processo que avalia se componentes e sistemas estão em conformidade com as necessidades do projeto) já foram iniciadas em todas as unidades da siderúrgica e agora estão ocorrendo os testes previstos para a fase de pré comissionamento e comissionamento a frio. O comissionamento a quente se iniciará com o startup da unidade".
Economia local
O uso dessa substância irá estimular a economia local, uma vez que os fundentes devem ser adquiridos de empresas da região. Embora a CSP não comente seus contratos com fornecedores, ela confirma que a demanda por fundentes deve ser de aproximadamente 1 milhão de toneladas por ano ao atingir a produção máxima de três milhões de toneladas de placas de aço por ano.
Os subprodutos da fabricação do aço também beneficiarão as cimenteiras locais, que devem adquirir, por exemplo, a escória da CSP, cuja qualidade é superior à do calcário (usado na produção do cimento) e com um custo menor. Entre as empresas cearenses que já firmaram acordos com a CSP para adquirir o material, está a Cimento Apodi. Conforme o presidente da empresa, Adauto Farias, o contrato assinado com a CSP estabelece a aquisição de 200 mil toneladas por ano de escória pela Apodi, válido pelo prazo de 20 anos. A vantagem da escória para a empresa é que não há necessidade de esquentar o produto novamente, economizando energia.
Abastecimento
Mesmo com a previsão de mais um ano de seca no Ceará, o início das atividades da CSP não deve ser impactado. A assessoria do empreendimento informou que a siderúrgica irá "consumir água fornecida pelo Eixão das Águas, que hoje recebe carga do açude Castanhão para a Região Metropolitana de Fortaleza".
Impacto
Constituída pela joint venture entre a brasileira Vale e as sul-coreanas Dongkuk e Posco, a CSP está orçada em US$ 5,4 bilhões, sendo a primeira usina integrada no Nordeste e a única em construção no Ocidente. Hoje, a CSP conta com 2.500 funcionários próprios, com mais de 7 mil trabalhando nas obras. Desde 2008, a construção do projeto já envolveu mais de 40 mil pessoas. Até o primeiro semestre de 2016, serão gerados 4 mil postos diretos e outros 12 mil indiretos.
Portal Diario do Nordeste
Negócios
Estado busca investimentos para o Pecém nos Emirados

O presidente da Cearáportos, Danilo Serpa, e seu assessor, Fábio Abreu, estão nos Emirados Árabes para conhecer diversos portos.
O presidente da Cearáportos, Danilo Serpa, e seu assessor, Fábio Abreu, estão nos Emirados Árabes para conhecer diversos portos. A viagem faz parte do plano do Governo do Estado do Ceará parar atrair mais investimentos para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp).
Ontem, os representantes cearenses realizaram uma reunião com uma das maiores operadoras portuárias do mundo, a Gulftainer. No fim de 2015, representantes da empresa estiveram no Ceará reunidos com o governador Camilo Santana para firmar parcerias.
Ainda nessa terça-feira (23), os gestores da Cearáportos visitaram Terminal de Contêiner KhorFakkan e o Porto Seco de Sharjah, administrados pela Gulftainer. O terminal possui características físicas semelhantes ao Terminal Portuário do Pecém.
Grandes navios
Uma delas é a capacidade para a atracação de grandes navios, além da localização estratégica que favorece as movimentações para vários lugares do mundo. O KhorFakkan é destaque em âmbito internacional, assim como o Porto do Pecém, por causa da sua infraestrutura diferenciada.
Segundo Danilo Serpa, o Porto do Pecém busca seguir o exemplo e se tornar um futuro hub de cargas. "Atualmente, eles recebem navios de 9 a 18 mil TEU's (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés) e realizam o transbordo para embarcações menores de 4 a 6 mil TEU's. É isto que vislumbramos para o Porto do Pecém em breve", afirmou.
A Gulftainer atua no Porto de KhorFakkan desde o ano de 1976. Em 2015, o terminal de contêineres alcançou a marca de mais de 3,6 milhões de TEU's movimentados e recebe, por ano, cerca de 1.400 navios.
O terminal funciona como um hub de transbordo, facilitando a vida das linhas de navegação no que se refere a custo e tempo. Atualmente, ela é responsável pelo atendimento de toda a região do Oriente Médio, Lesta da África e Índia.
A empresa ainda administra o Porto Seco de Sharjah, que possui 150 mil m², 35 galpões de armazenamento. A operadora possui terminais, além dos Emirados Árabes, no Brasil (Recife), Estados Unidos, Arábia Saudita Iraque e Líbano.
Veículo: Portal Diário do NordesteEditoria/coluna: Negócios