Práticos se preparam para manobrar cargueiros de 366 metros

A entrada de navios com 366 metros de comprimento no Porto de Santos depende do alargamento do canal de navegação e da otimização do acesso aos terminais portuários. Além disso, a frota de rebocadores do complexo precisará ser adequada. Mas, mesmo com estes ajustes essenciais, os práticos que atuam no cais santista estão se preparando para manobrar esses cargueiros gigantes.
A evolução do tamanho dos navios cargueiros tem sido acelerada. Além do comprimento e da largura, a capacidade de transporte de cargas, principalmente as conteinerizadas, cresce exponencialmente. No entanto, os complexos portuários não passam por transformações tão grandes assim.
Agora, a expectativa e de que embarcações com até 366 metros de comprimento e 51 metros de boca (largura) operem no cais santista. Navios deste tipo podem transportar quase 14 mil TEU (unidade equivalente a um conteiner de 20 pés).
"Olhando para o nosso Porto, há dez anos, nós tínhamos navios que carregavam 5,5 mil conteineres, com 272 metros de comprimento e uma largura de 40 metros. Aí, você vê, em 2015, navios corn 333 metros. E em 2018, o volume pode subir para 13,8 mil TEU, com 366 metros e 51 de largura", destacou o diretor-superintendenfe da Praticagem de São Paulo, Bruno Roquete Tavares. Porem, apesar dos planos de armadores e da prpria Autoridade Portuária, as características do canal de navegação do cais santista dificultam o tráfego de cargueiros destas dimensões. Para o presidente da Praticagem de São Paulo, Nilson Ferreira dos Santos, o estreitamento da via marítima, a baixa profundidade e a grande quantidade de curvas são fatores que precisam ser levados em conta durante o planejamento da vinda dessas embarcações.
"O Porto de Santos já recebe grandes navios. Mas a vinda desses cargueiros vai representar um desafio muito grande. Eles são maiores linearmente, apesar de o calado não variar muito. Porém, eles crescem em área vélica, deslocamento e peso e perdem em capacidade de manobra por restrições de máquina de leme", explicou Ferreira.
Na preparação para a chegada de navios de maior porte ao cais santista, a Praticagem firmou parcerias com centros de treinamento internacionais para simular o tráfego dessas embarcações no complexo. Além disso, os profissionais participaram de manobras desses cargueiros em portos de países como Peru, Estados Unidos e Holanda.
Fonte: A Tribuna