
A Superintendência do Banco do Nordeste no Ceará recebeu sete investidores em hidrogênio verde (H2V) cujos projetos têm foco no Complexo Industrial e Portuário do Pecém. As tratativas estão em curso desde o ano passado, segundo revelou Matheus Peixoto, gerente executivo do BNB no Ceará. Há cerca de um ano, o banco mantinha contato com três empresas.
Sem revelar quais foram os interessados, ele afirmou que eram grupos nacionais e internacionais. Nos encontros, a Superintendência explicou o funcionamento do banco de fomento e as condições das tomadas de crédito.
“Estamos na expectativa de conseguir avançar e fazer essa participação do BNB”, disse o executivo durante o Seminário Água Innovation, realizado na Federação das Indústrias do Ceará entre 22 e 23 de março.
Ele ressaltou ainda que nenhum contrato foi assinado ainda entre as partes. Os empresários, de acordo com Peixoto, mencionaram que estão calculando quanto devem tomar em financiamento, uma vez que os projetos estão na etapa de elaboração.
Há 24 memorandos assinados entre investidores de H2V e o governo cearenses. O presidente do Complexo do Pecém, Hugo Figueirêdo, afirmou ao O POVO que três projetos devem confirmar o investimento em hidrogênio verde até o próximo ano e que o montante investido por eles gira em torno de RS 8 bilhões.
O H2V, destaca, é um dos temas prioritários para o banco atualmente. No esforço de atrair esses investidores e ampliar a carta de clientes neste segmento, ele conta que apresentações foram feitas no fim do ano passado a representantes do Complexo e também dos sócios do Porto de Roterdã.
“Fizemos apresentações para eles não só olhando para o hidrogênio verde, para todo aquele ambiente econômico que vai ser gerado, de investimentos ali. Lógico que o banco vai ter participação nisso, mas os termos ainda vão ser construídos”, ressaltou.
Dos grandes investimentos a serem feitos no Pecém, Peixoto revelou que a Portocem tem tratativas em curso com o BNB para financiar a termelétrica. O montante envolvido no projeto é de RS 4,7 bilhões e é o segundo maior já feito no Complexo - menor que a Companhia Siderúrgica do Pecém, hoje, ArcelorMittal Pecém.
Formada por um consórcio liderado pela norte-americana Ceiba Energy para o 1 Leilão de Reserva de Capacidade de Potência, em 2021, a Portocem tem capacidade de 1,572 megawatts e será instalada na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará.
Fonte: O Povo