Desenvolvimento a partir de ações coletivas

Há quase 20 anos participo de atividades associativas empresariais e reconheço os seus reais impactos, produzindo mudanças a partir de ações coletivas. Como ouvi certa vez do executivo e hoje diretor da AECIPP – Associação das Empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém e pioneiro no esforço de trazer uma siderúrgica para o Ceará, Ricardo Parente, sozinhos somos mais rápidos, mas juntos vamos mais longe.

A criação da AECIPP é o desdobramento relevante de um projeto de iniciativa do governo do Estado e que, após 10 anos, mostra que não é mais só uma ideia no papel. O Complexo Industrial e Portuário do Pecém agrega importantes vetores de desenvolvimento econômico e social de alcance regional e cujos impactos devem ser acompanhados e participados, pari passu, pelo poder público, pelo setor privado e demais stakeholders. As empresas aí instaladas são, neste momento, pelo volume de recursos humanos, financeiros e tecnológicos que congregam, interlocutores vitais para a discussão do futuro desse complexo industrial de influência regional.

Há 15 anos, quando ajudei a fundar a Câmara Brasil Portugal no Ceará, fui testemunha do que uma entidade associativa pode fazer para catalisar interesses comuns. Não é à toa que hoje há mais de 1000 empresas no Ceará com capitais portugueses.

Há cerca de 2 anos, quando fui, através do escritório que participo, convidado pela Energia Pecém S.A. e pela Companhia Siderúrgica do Pecém, para prestar auxílio jurídico para a constituição da AECIPP, reconheci que estaria ajudando a constituir uma legítima entidade associativa empresarial que sentará à mesa com os demais interlocutores que pensam o desenvolvimento do Ceará. Afinal, o conjunto de empresas que fundaram a AECIPP integram parte expressiva do PIB industrial do Estado. Antes da sua constituição formal, essas cerca de 15 empresas tiveram tempo de amadurecer a ideologia da entidade e, ao ter seus estatutos registrados em cartório no final do ano passado, já havia uma missão, valores e visão.

Meio ambiente e recursos naturais, segurança, emprego e infraestrutura são questões frequentes e transversais que, para apresentarem resultados mais eficientes, demandam soluções coletivas. Ao agirem por intermédio de uma entidade que represente seus interesses, as empresas que formam o Complexo Industrial e Portuário do Pecém podem mitigar com menos sobrecarga individual desafios que afetam a sua instalação e operação. Questões como securitização de risco operacional, demanda por insumos, destinação de resíduos industriais são questões que não permitem soluções isoladas, face, aos seus impactos cumulativos. Por isso, ao desempenhar uma função estratégica para seus associados, a entidade poderá fazer mais ainda pela sociedade à qual está integrada e, deste modo, ter um papel decisivo para a desejada ação sustentável.

Vida longa à AECIPP!

Autor: 
Rômulo Alexandre Soares - Sócio do Escritório Albuquerque Pinto Advogados